terça-feira, 26 de outubro de 2010

Resenha de Filme: Adorável Professor




Informações Técnicas:
Filme: Adorável Professor
Título Original: Mr. Holland’s Opus
Gênero: Drama
Duração: aprox. 143 minutos
Ano de Lançamento: 1995
País de Origem: EUA

                                Reflexões sobre o Filme
   O filme se passa em 1964, o músico compositor chamado Glenn Holland, toma a decisão de lecionar aula de música em uma escola pública dos Estados Unidos da América, por motivos financeiros. Sua meta de vida é compor uma sinfonia e por isso ele faz do trabalho de lecionar temporário, pois o dinheiro que entrar ele irá economizar para depois ter tempo de compor enquanto somente sua esposa trabalharia.
   Glenn é formado por uma universidade mas não formado para dar aula, o que é claramente perceptível, ele não se dá bem com os alunos, não suporta ficar na escola além do tempo em que ministra suas aulas, e os alunos não gostam dele, alguns se sentem temerosos na sua presença. Para piorar a situação sua esposa lhe noticia que está grávida, o que faz ele ter que trabalhar no colégio por mais tempo que o esperado.
   Para quem assiste sente um receio para com o personagem principal. Como ele irá ser um bom professor se o próprio admite que não gosta? No filme Holland diz que fez a faculdade só para se ocupar e não sabia que agora seu diploma estaria ocupado, lecionando.
Para quem quer ser professor, antes de mais nada precisa gostar do trabalho. Assim como Marx diz sobre trabalho, o professor faz um improdutivo pois ele não tem retorno financeiro para quem o emprega, ele trabalha mais do que um operário, pois este bate ponto, tem a hora certa de entrar e sair e não leva trabalho para casa. Já o professor, precisa corrigir os trabalhos dos alunos, fazer provas, montar planos de ensino, entre outros fora do horário da escola.
   Para ser um professor é necessário ter noção do poder que exerce sobre as pessoas, essa profissão constrói pensamentos, indaga questionamentos, faz transformar o ser aluno em ser social articulado com críticas e voz para expressar, e dá movimento a este aluno para mudar a sociedade em que vive para melhor. Entretanto um professor sem formação adequada, sem uma metodologia básica, atualizado, é um desestimulante às pessoas ao seu redor, ele pode até, em casos mais crônicos, destruir o ser social dentro aluno. Essa noção é básica  a quem queira seguir esse caminho da licenciatura. Glenn aprende isso na prática.
   Sua esposa dá luz ao seu filho, que nasce surdo. O professor nesse momento no papel de pai fica em parte decepcionado e triste porque pensa que seu filho nunca irá conseguir entender a música como ele entende.
   Como pai e como professor o personagem mostra que todos estão em constante aprendizado, todos são alunos, pois o significado maior de ser um aluno é aprender. Logo, ser professor também é ser aluno.
   Com dificuldade Holland aprende constantemente a língua de libras (língua de sinais destinadas a grupos de pessoas com deficiências auditivas) com seu filho e sua esposa. Todavia, como é bem expressado na película a sua vida de professor interfere na sua vida familiar e vice-versa, frequentemente. E aos poucos Glenn Holland, durante a sua carreira de professor vai aprendendo a se tornar um professor mais flexível, amável e profissional. Consegue montar uma banda na escola, recitais clássicos e uma apresentação em especial ao seu filho, quando descobre que a música chega de um modo diferente aos surdos. Ele descobre que seu filho sente as notas musicais por vibração, pois o som é transmitido por frequência de ondas.
   Os anos se passam e Holland já é um professor antigo e respeitado por todos do colégio, seu filho já está na faculdade e a matéria de música já não é considerada necessária no currículo escolar. O diretor que antigamente era o inspetor da escola, resolve economizar na verba escolar e toma a decisão de fechar as matérias de música e artes. Decepcionado Glenn demora a aceitar a realidade,  sua esposa e seu filho já mais velho volta da universidade para ajudar a carregar seus objetos da sala que antes lecionava. Se despedir de algo em que aprendeu a amar de corpo e alma, foi para ele doloroso.
   Entretanto antes de sair da escola seu filho e esposa o levam até o auditório e surpresa, o espaço lotado  de pessoas esperando-o para uma homenagem. No palco pessoas sentadas com partituras esperando o maestro, ele. Uma de suas primeiras alunas já adulta, senadora do estado, pega o microfone e pede a ele  para conduzir sua sinfonia. Holland não acredita que pegaram as partituras de sua sinfonia que ele compôs durante todos esses anos em que lecionou, e sobe ao palco para, pela primeira vez todos escutarem sua obra prima, pois a sua obra maior foi não desistir de ser um professor admirável.
Isabela B. Favarão


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